Aconteceu ontem, 17, a 43ª sessão ordinária do ano da Câmara Municipal de Catalão. O encontro até poderia ser como os demais, com poucas discussões e votação de alguns projetos e requerimentos, mas César José Ferreira, dirigente da Superintendência de Água e Esgoto (SAE), foi a “bola” da vez.
A convite do vereador Paulo César (PMDB), César tomou grande parte da reunião que foi bastante longa para, em especial, responder aos questionamentos dos vereadores sobre supostas irregularidades cometidas por ele à frente da autarquia. A Delegacia Estadual de Repressão de Crimes Contra a Administração Pública (Dercap) recebeu denuncias de anormalidades cometidas na locação de maquinários pesados para os serviços da repartição e apura o caso.
Curiosamente os edis fizeram poucas perguntas sobre o assunto e desviaram a natureza do encontro para outros temas. O peemedesbista Jurandir Antônio, autor do requerimento que pediu o afastamento do superintendente até que a polícia conclua as investigações (César não foi afastado), foi o primeiro a se pronunciar: “Naquele documento que saiu da Decarp (…) fala-se em R$ 1,3 milhão, e já foi empenhado e pago mais de R$ 3 milhões e empenhado e não pago R$ 650 mil para este ano. O que tem a dizer?”
Ardilosamente César usou valores investidos pela gestão de Fernando Vaz Ulhôa, ex-chefe da SAE, para justificar que seus gastos estão equiparados e que não há nada de extraordinário nisso. “O valor do contrato é de até R$ 1,3 milhão por ano e não por mês, como muitas pessoas pensaram, após o desencadeamento das investigações na semana passada. Em 2012, no último ano da gestão Velomar Rios, o ex-superintendente Fernando Ulhôa gastou R$ 1,3 milhão em serviços com maquinário. Em 2013, gastamos algo em torno de R$ 900 mil, em 2014, R$ 1,2 milhão, porque fizemos o esgoto do Bairro Santa Cruz, e agora em 2015, até o momento, algo em torno de R$ 700 mil”, disse.
Em outro momento ele, mais uma vez, comparou o seu trabalho com o desempenhado por seu antecessor em sua defesa. “Estamos nos dedicando muito para que, ao final do ano que vem, entreguemos a superintendência com uma situação bem melhor do que aquela que encontramos, para que toda a cidade ganhe. Não gosto de olhar para trás, mas assumimos com R$ 154 mil em caixa na SAE e dívidas que chegavam a R$ 4 milhões.”
Sobre as investigações da Dercap, César apenas disse que toda a documentação já está em poder da polícia e do Ministério Público, e que não teme ter que pagar caso seja encontrado alguma irregularidade nos contratos. “O que não há”, reforçou.
O presidente da Câmara, Juarez Rodovalho (DEM), em entrevista para a reportagem, zombou dos colegas que tanto exigiram a presença do superintendente no plenário para explicações. “Os vereadores fizeram aquele barulho para isso? O homem (César) veio aqui e parece que eles ficaram com medo, não fizeram as perguntas que disseram que iriam fazer. O Deusmar [Barbosa – PMDB], por exemplo, que gosta de gritar, ficou quietinho. Eu não entendo, mas acho que eles têm medo do César ou sabe-se lá o que”, satirizou.
Questionado sobre a pouca produtividade da reunião, apontamento de grande parte dos expectadores, Juarez falou que “as perguntas é que não foram bem feitas, porque o superintendente estava aqui para responder qualquer coisa que a ele fosse direcionada”.
Ao término de sua participação, César se retirou do plenário e evitou falar com os jornalistas.
Por: Gustavo Vieira
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