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MP diz que rompimento de barragem da Vale foi “erro e negligência”

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Um tsunami de lama tóxica. Assim descrevem as pessoas vítimas do rompimento de duas barreiras de contenção de rejeitos da mineradora Samarco, de propriedade da Vale, ocorrido na última quinta-feira (5) na região de Mariana, em Minas Gerais, devastando o distrito de Bento Rodrigues, na zona rural do município.

Segundo o Corpo de Bombeiros, três mortes foram confirmadas, mas há 24 pessoas desaparecidas e mais de 600 pessoas estão desabrigadas e alojadas no ginásio da cidade e em hotéis.

Na madrugada desde terça (10), a onda de lama chegou ao município de Colatina, no noroeste do Espírito Santo, tendo já passado pelo Rio Gualaxo do Norte, pelo Rio do Carmo e agora está se deslocando ao longo da calha do Rio Doce. De acordo com técnicos, a previsão é de que nesta quarta (11) chegue a Linhares.

De acordo com o Ministério Público (MP), não se trata de um acidente. A mineradora Samarco – controlada pela Vale e a BHP Billiton, empresa anglo-australiana e considerada a maior empresa de mineração do mundo – seriam responsáveis e, portanto, não se trata de uma fatalidade, mas de crime ambiental.

Segundo o MP, havia risco de rompimento das barragens. “Não foi acidente. Não foi fatalidade. O que houve foi um erro na operação e negligência no monitoramento”, disse o promotor Carlos Eduardo Ferreira Pinto.

A mineradora é a 10ª maior exportadora do país. No ano passado faturou R$ 7,6 bilhões, sendo de R$ 2,8 bilhões de lucro líquido. No entanto, todo esse montante não garantiu os investimentos em uma simples sirene para alertar trabalhadores e a população da ruptura das barragens.

Segundo o Núcleo de Combate a Crimes Ambientais do Ministério Público de Minas Gerais, a Samarco descumpriu as regras de licenciamento. A empresa, por sua vez, não se manifestou sobre as declarações do MP, apenas se limitou a informar que todos os procedimentos de segurança foram cumpridos.

O governo de Minas Gerais embargou todas atividades da mineradora na região do acidente. A empresa não poderá operar até que repare todos os danos causados pelo rompimento das barragens.

Nesta terça, a empresa anunciou a licença remunerada de 85% de seus 3.000 trabalhadores da unidade de Germano (MG), onde ocorreu o rompimento das barragens, e Ubu (ES), onde funciona a usina.

Até agora, a empresa não apresentou um plano de reparação e monitoramento dos danos. O Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) já acionou a Samarco para que distribua água e monitore o Rio Doce no Espírito Santo.

Portal Vermelho

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