A II Feira e Festa das Sementes, Mudas e Raças Crioulas: em Defesa da Biodiversidade está acontecendo em Catalão. A atividade começou ontem, 30, e deve terminar na sexta-feira (2). A primeira feira aconteceu em julho de 2011.
Organizado pelo Movimento Camponês Popular (MCP), o evento conta com convidados de várias regiões do país, dentre eles pequenos produtores rurais e importantes nomes da frente defensora dos direitos do grupo. Tendas foram montadas para a apresentação de sementes possibilitando a troca de materiais, e para receber ainda shows musicais e palestras que devem acontecer até sábado, 03, no encerramento do programa.
O encontro tem a participação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e do Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB), e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Goiás (Emater) apoia a iniciativa.
Membro da direção nacional MST e um dos fundadores, João Pedro Stedile prestigiou a festa e foi uma das figuras mais aguardadas. Ele discursou para cerca de mil pessoas e falou da importância da união dos camponeses para o fortalecimento e continuidade do trabalho desenvolvido no campo, e da necessidade de resistência frente aos interesses políticos e empresariais que não estão de acordo com os ideais campesinos.
Sobre esse quesito, Stedile falou dos esforços da indústria dos alimentos transgênicos, que tentam a todo custo dificultar a produção de alimentos totalmente livres de agrotóxicos a partir de sementes não modificadas geneticamente. “As sementes crioulas são o futuro da nossa humanidade, alimento sadio é a sobrevivência de todos e nós propagamos a importância de ele chegar às mesas de todos para evitar, dentre tantas coisas, os problemas de saúde como o câncer”.
Diante da campanha midiática de grandes patentes da agroindústria, que adjetivam as sementes naturais como “piratas”, Stedile, mostrando-se revoltado com isso, falou que empresas do setor como “a Bayer, Basf, Monsanto e Syngenta é que são piratas”, defendeu ele acrescentando que: “ a Bayer e a Basf nasceram durante a segunda guerra mundial fazendo veneno para as câmaras de gás de Hitler, onde morreram mais de 7 milhões de pessoas. Eles é que são piratas, piratas assassinos porque produzem veneno, e esse veneno mata os vegetais, os insetos, os animais e os seres humanos que comem os alimentos produzidos por eles. Não se engane, companheiro. Veneno é para matar”.
Stedili reclamou também do comércio varejista que, sabendo da disposição de alguns consumidores em pagar mais caro por alimentos saudáveis, pratica preços muito acima do mercado dificultando que mais pessoas, por exemplo as de baixa renda, possam tê-los em suas refeições. Ele recomendou que as feiras livres sejam visitadas com frequência, para que se possa ter fácil acesso a produtos de qualidade.
O capitalismo liberal foi ainda colocado pelo entrevistado como peça fundamental que alimenta as multinacionais e sua produção de químicos para o campo, e os governos também foram lembrados por ele como incentivadores dessas empresas e de várias outras.
Por: Gustavo Vieira
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