Tudo indica que a procuradoria-geral deverá apresentar a denúncia contra ele e o senador Fernando Collor (PTB-AL) por suposto envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras investigado pela Operação Lava Jato. A denúncia está baseada nos depoimentos do ex-consultor da Toyo Setal, Júlio Camargo, que após acordo de delação premiada disse que foi pressionado pelo peemedebista a pagar propina de US$ 10 milhões para que a Petrobras contratasse navios-sondas da Samsung Heavy Industries.
Ainda segundo o delator, Cunha teria dito que do suborno, ele seria “merecedor” de US$ 5 milhões. O presidente da Câmara nega.
Em entrevista coletiva, o presidente da Câmara garantiu que caso seja confirmada a denúncia, não haverá retaliação da parte dele na condução da casa legislativa. “Eu não farei afastamento de nenhuma natureza. Vou continuar exatamente no exercício pelo qual eu fui eleito pela maioria da Casa. Estou absolutamente tranquilo e sereno com relação a isso”, assegurou Cunha ao ser questionado por jornalistas.
Cunha adiantou também que não pretende usar o plenário para discursar em sua defesa ou apresentar explicações. “Não farei jamais discurso em plenário com relação a nenhum assunto, não pretendo fazê-lo”, disse.
Caso o STF aceite as denúncias, Cunha e Collor responderão a ações penais no Supremo – devido ao foro privilegiado.
Clima na Câmara
Parlamentares de diferentes partidos se reuniram após a divulgação sobre a apresentação da denúncia contra Cunha para avaliar pedido de afastamento da presidência da Câmara.
Segundo os deputados, a estratégia é encaminhar uma solicitação de para que Cunha renuncie e, depois, analisar o teor da denúncia para ingressar com um requerimento por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética.
“Ele deve se afastar para que tudo seja elucidado e não haja nenhuma suspensão do uso da função para se proteger. E, diante do comportamento do Conselho de Ética, a gente vai esperar a denúncia para tomar as posições necessárias”, declarou Chico Alencar (Psol-RJ).
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