“Não vai ter golpe”, foi o coro entoado pelas mais de 70 mil mulheres trabalhadoras do campo. “A Marcha das Margaridas se soma aos vários movimentos de diversas categorias para dizer não ao retrocesso e garantir a democracia em nosso pais. Nós estamos nas ruas para garantir que não vai haver retrocesso a direitos da classe trabalhadora. Estamos nas ruas defendendo a democracia de nosso pais”, afirmou a secretária de mulheres da Confederação dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e coordenadora da marcha, Alessandra Lunas.
E acrescentou: “Estamos juntas, sim, com a presidente Dilma porque este governo nos representa. A ameaça que nós vemos está no Congresso Nacional, que não ouve as vozes do povo desse pais”.
A afirmação de Alessandra foi acompanhada por diversos coros entoados pela multidão que lotou o estádio, como “Fora Cunha!” e “Teve Copa, e teve tudo, só não vai ter terceiro turno”.
O presidente da Contag, Alberto Broch, foi o primeiro a discursar. Ele destacou a importância de se aceitar a decisão das urnas e respeitar a democracia. “Nós somos contra aqueles que querem o regresso desse país. Reafirmamos a democracia para que nosso país seja cada vez mais justo. Que o campo seja cada mais justo, mais igualitário, para que possamos produzir alimento, produzir cultura e produzir a vida”, defendeu.
A ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, qualificou Dilma como uma mulher valente que “soube enfrentar o regime de repressão”.
“Esta é uma marcha de mulheres resistentes. A mulher que está no palco enfrenta resistências e soube enfrentar regime de repressão. A resistência de quem não se dobra a vozes autoritárias que visam ao enfraquecimento da democracia e não respeita a vontade soberana do povo. Esta mulher, forte e resistente de coração valente, recebe aqui milhares de mulheres igualmente resistentes”, afirmou.
Margarida coração valente
Acompanhada por vários ministros, como Miguel Rossetto (Secretaria-Geral), Patrus Ananias (Desenvolvimento Agrário), Renato Janine (Educação), Carlos Gabas (Previdência), e Nilma Lino Gomes (Igualdade Racial), Dilma foi aplaudida de pé pelo estádio ao ser anunciada como “Margarida de coração valente”.
“Quero mais uma vez reafirmar a nossa parceria e me somar a vocês nessa mobilização por justiça, por autonomia, por igualdade, liberdade, democracia e não ao retrocesso”, enfatizou Dilma.
A presidenta destacou os avanços conquistado nos últimos anos, como a política agroecológica que, segundo ela, foi implantada graças a demanda apresentada pelas trabalhadoras. Ela se comprometeu também em atender demandas atuais como medidas de combate à violência e atendimento a grávidas. “Em parceria com vocês, mulheres de todo o Brasil, o governo federal irá implementar as patrulhas rurais Maria da Penha. Faremos parcerias com as forças policiais que atuam em nível local pra que a mulher vítima de violência seja assistida de maneira correta e haja de fato prevenção da violência”, garantiu.
Ao encerrar, Dilma citou trecho da música de Lenine, “Envergo mas não quebro”. “Em noite, eu vou traduzir ‘em tarde’, assim como esta: ‘Eu cantando numa festa, ergo o meu copo e celebro os bons momentos da vida. E nos maus tempos da lida, eu envergo, mas não quebro’. Nós podemos envergar, Margaridas, mas nós não quebramos. Nós seguimos em frente”.
Portal Vermelho
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