No site da Prefeitura Municipal de Goiandira está publicada informação bem interessante sobre o único hospital da cidade que também é maternidade, gerido pela Associação e Proteção a Maternidade e Infância de Goiandira.
No seu endereço eletrônico o governo daquele município faz questão de mostrar os valores repassados para a instituição de saúde durante os últimos seis meses, que foi de R$ 407.140,00 (quatrocentos e sete mil cento e quarenta reais).
Com tanto dinheiro para ser revertido no atendimento de uma comunidade com menos de seis mil habitantes, o curioso é que no dia 29 de julho a diarista Rosana Martins Oliveira, de 37 anos, morreu em frente ao hospital por não conseguir atendimento médico, assim relatou ao G1 a fisioterapeuta Silvana Neves e Silva. “Nós fomos barradas pela enfermeira que estava de plantão. Ela disse que a gente não poderia passar, que ela havia recebido ordens de não deixar ninguém entrar, por que não havia médico no hospital.”
Ainda de acordo com o portal de notícias da Globo, o governo de Goiandira disse que iria colocar uma equipe para fazer atendimentos de emergência no posto de saúde da cidade caso não fosse resolvido o problema da falta de médicos. Mas por que falta médicos se os repasses financeiros estão sendo realizados como mostra a prefeitura?
A reportagem do Blog entrou em contato com a presidência da associação, mas apenas foi conseguido saber, através de um funcionário do hospital, que ela não tem mais presidente, tendo Jamir Marques desistido do cargo recentemente.
Oscar Evangelista de Lima, contabilista e um dos 21 membros da associação, disse desconhecer os motivos que levaram Jamir a deixar o posto, e considerou como sensacionalismo tudo o que foi noticiado pela imprensa já que o caso foi noticiado em todo o estado. “A mulher realmente chegou aqui morta e a enfermeira que verificou isso tem competência para atuar em UTI móvel, ou seja, se ela estava morta, o que não resta dúvidas, o situação não era mais com o hospital.”
Com relação a aparente falta de médicos no município, Oscar se mostrou bastante inseguro em afirmar se no hospital havia profissionais disponíveis para atender a população, exatamente no momento em que era entrevistado. Ele presta assessoria trabalhista à associação.
“Aqui é tudo muito difícil. Para você ter uma ideia até para buscarmos novo presidente está complicado, porque a ocupação não é remunerada sendo o hospital de cunho filantrópico. Estamos vendo isso aí e creio que o mais breve possível a gente resolva essa situação”, contou Oscar. Ele não soube dizer se a saída de Jamir da associação decorreu da morte da diarista, mas lembrou que até 2012 o hospital de Goiandira era muito bem administrado, tinha cinco médicos à disposição e saúde financeira equilibrada.
Logo no início de 2013 e Goiandira com novo prefeito, o então petista Erick Marcus, não demorou muito para o hospital começar a sofrer financeiramente e em 21 de março daquele ano fechar as portas. O mesmo só foi reaberto quase três meses depois tendo Erick conseguido que a gerência da unidade fosse feita majoritariamente pela prefeitura, o que sempre foi uma incógnita por não ser evidente a real necessidade da mudança, uma vez que a associação administrara e muito bem o hospital por mais de 70 anos.
Desde então a Saúde de Goiandira vai de mal a pior e a morte de Rosana levou à tona a indisponibilidade de médicos na cidade. “Se algo acontecer com alguém aqui, temos que levar para Catalão porque não tem médico”, contou à reportagem um funcionário do hospital que, por segurança, a identidade não será revelada.
Por: Gustavo Vieira
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