Depois de várias assembleias e muita negociação frustrada com a direção da Mitsubishi, O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Catalão (Simecat), com o apoio dos trabalhadores da fábrica, iniciou greve por tempo indeterminado na manhã de hoje (01/7).
A empresa, por sua vez, alegando queda nas vendas e consequente baixa na produção, o que estaria hoje em torno de 50% de sua capacidade total, começou a demitir funcionários e programou férias coletivas de 6 a 15 de julho. Até o final da tarde do dia 30 de junho cerca de 200 metalúrgicos haviam sido dispensados.
A medida, que deve atingir praticamente todos os setores da fábrica, foi tomada na tentativa de adequar a produção neste momento de crise nacional no setor automotivo. Alternativa não aceita pelo presidente do Simecat, Carlos Albino, que, em entrevista para o Blog, nesta manhã, logo após a última reunião com a diretoria da montadora, deu o pontapé ao movimento e divulgou série de atividades que serão desenvolvidas durante a greve. “Não vamos aceitar isso de forma alguma, tem jeito sim e a empresa é que não quer negociar. Nós queremos também ajudá-la, propomos redução de salário e jornada de trabalho, colocamos até o não pagamento da PLR (Participação de Lucros e Resultados), pago aos funcionários anualmente, mas mesmo assim ela quer demitir. O que nos resta agora é mobilizar os companheiros e lutar para reverter isso tudo”, disse Albino.
O movimentação dos sindicalistas começou ainda ontem, tendo alguns acampado na entrada da fábrica. Pneus foram incendiados na manha de hoje e o trânsito de veículos no Distrito Minero Industrial (DIMIC) ficou comprometido. O ato continuou e os manifestantes seguiram pela BR-050, passando pelas Avenidas José Marcelino e 20 de Agosto, até a Praça Getúlio Vargas, no Centro.
Funcionária há mais de 10 anos da MMC, Neusa Bernardes, 47, foi demitida e contou um pouco do drama familiar que vive em decorrência disso. “Tenho o financiamento da minha casa para pagar e até há poucos dias meu marido estava desempregado, eu quem estava sustentando a casa. Agora, ele até arrumou um emprego, mas não dá para pagar as nossas despesas e temo perder a minha casa, coisa que lutei a vida toda para conseguir. Tenho dois filhos e minha situação é desesperadora”, desabafou.
Devido a greve não houve expediente de trabalho na multinacional e assim deve continuar por longos dias. Albino garantiu aos metalúrgicos que irá continuar as negociações com a montadora.
Por: Gustavo Vieira
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