Osama bin Laden estava obcecado em atacar alvos dos Estados Unidos e pressionou grupos filiados à Al Qaeda a resolverem rivalidades locais e se concentrarem na causa, de acordo com documentos que os EUA dizem ter apreendido no esconderijo de Bin Laden no Paquistão e divulgados nesta quarta-feira.
Uma carta de julho de 2010, que está entre o material liberado pela inteligência norte-americana, mostrou que Bin Laden pressionou a Al Qaeda no Iêmen, uma das afiliadas mais ativas do grupo, a fazer as pazes com o governo e voltar sua atenção aos Estados Unidos.
Na visão de Bin Laden, a Al Qaeda na Península Arábica (AQAP, na sigla em inglês) deveria assinar uma trégua com as autoridades iemenitas ou chegar a um compromisso de forma que deixassem o grupo à vontade “em troca de se concentrarem na América”.
“O objetivo é se concentrar em atacar dentro da América e alvos de seu interesse no exterior, especialmente países produtores de petróleo, para atiçar a opinião pública e forçar os EUA a se retirarem do Afeganistão e do Iraque”, afirma o sumário de uma carta de um associado de Bin Laden identificado como “Atiyyah”.
O documento diz que o associado recomendou “medidas adicionais de segurança” para Anwar al Awlaki, um pregador radical nascido nos EUA que se tornou um dos principais estrategistas e porta-vozes da AQAP, e também que se deveria exigir que Awlaki “mude seu estilo de vida”.
Awlaki atuou como imã em uma mesquita de um subúrbio de Washington, na Virgínia, frequentada por dois militantes que participaram dos atentados de 11 de setembro de 2001. Ele fugiu para o Iêmen após os ataques e foi morto em 2011 em um ataque de drone da Agência Central de Inteligência dos EUA (CIA, na sigla em inglês).
Os documentos divulgados nesta quarta-feira faziam parte de um esconderijo descoberto pelos comandos norte-americanos que realizaram a invasão da casa de Bin Laden em Abbottabad, no Paquistão, em 2011, durante a qual o líder terrorista foi morto.
Brasil 247
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