No dia 4 fevereiro do corrente ano, uma manifestação pelas principais avenidas da cidade serviu para chamar a atenção do poder público de Catalão. Com cartazes, aos gritos e com muito barulho (buzinaço), de três a cinco mil pessoas exigiram mais afinco do Executivo no atendimento de seus anseios. Alguns chegaram até a exigir a renúncia do prefeito municipal, Jardel Sebba (PSDB).
No final desta quarta-feira, 13, o ato se repetiu e seus integrantes, em sua maioria, incluíram na pauta de protesto a não terceirização da Superintendência de Água e Esgoto (SAE) e, em especial, o aumento do IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano) que contaram ser abusivo.
Com cartazes, faixas e camisetas com dizeres que contestam e até repudiam a administração municipal, os manifestantes se concentraram em um posto de combustíveis próximo a BR-050, passaram pelas Avenidas José Marcelino e 20 de Agosto até a Praça Getúlio Vargas, no Centro – mesmo percurso feito anteriormente.
Caminho esse não muito longo e que teve muitos obstáculos. Como o manifesto foi anunciado meses antes pela imprensa local, ficou por entender os motivos que a prefeitura escolheu justo o dia e a mesma hora da ação popular, para sinalizar uma das vias (José Marcelino) pela qual os populares seguiriam.
E eles seguiram. Centenas de pessoas simplesmente romperam as fitas de contenção da Superintendência de Trânsito (SMTC), e impediram que os servidores municipais continuassem com o trabalho de reparação da sinalização horizontal de trânsito. Houve confusão quando os manifestantes exigiram que a atividade fosse terminada, e havendo resistência por parte dos funcionários públicos, foi iniciado bate-boca, empurra-empurra e a Polícia Militar logo conteve os ânimos para impedir maiores dissabores. Alguns populares chegaram a ser atingidos com tintas e a própria PM solicitou que a equipe de pintura se retirasse do local; e isso foi acatado.
Os vereadores que participaram da atividade popular, apenas os da oposição, disseram entender como clara a intensão do governo de dificultar a iniciativa com o trabalho de sinalização da avenida. “Justo na ocasião em pessoas estavam a reclamar publicamente por melhorias para a cidade?”, indagou o vereador Paulinho (PMN).
A reportagem conversou também com vários participantes, e eles mostraram com o que estão insatisfeitos com a administração pública. Lazaro Alves Pereira, morador da Vila Erundina, reclamou especialmente do valor de seu IPTU. “Eu pagava cerca de R$ 40,00 e agora veio mais de R$ 170,00. Até a casinha do meu cachorro tá contando pelo o que eu entendi, e isso é um absurdo.” Ele também reclamou da infraestrutura de seu bairro e a classificou como péssima.
O soldador Erondino Santos Lima, 54 anos, também lembrou das novas taxas do IPTU que considerou altíssimas, e também pediu que a SAE continue patrimônio dos catalanos, contando ele saber que existe a possibilidade de a superintendência ser terceirizada. “Eu não pago o IPTU porque acho um abuso, as ruas do meu setor estão quase intransitáveis… Eu gastei R$ 80,00 reais com minha moto por causa disso. Eu espero ser ouvido e essa Catalão de hoje só pode estar boa para eles (gestores)”, observou.
A microempresária Márcia Regina, moradora da Vila Margon, também apontou o IPTU e a possibilidade da terceirização da SAE como os principais temas a serem discutidos hoje. “Tudo está precisando de melhoria e não vejo o prefeito fazer nada”. Ela disse ainda que a atitude de as pessoas se reunirem nas ruas para reclamar por seus direitos, é o melhor meio de os líderes políticos ouvirem suas necessidades e insatisfações.
O evento não resultou em problemas além do serviço de pintura das vias ter sido prejudicado, e alguns cidadãos terem registrado boletim de ocorrência na polícia alegando agressão com tinta.
A PM estimou que 500 a 1000 pessoas estiveram no manifesto. Já os líderes políticos e organizadores do ato suporam que cerca 3 mil cidadãos por lá estiveram.
Por: Gustavo Vieira
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