“Um governo que apoia as investigações jamais fica preocupado”, disse o ministro, após ser indagado pelos jornalistas sobre a nova etapa da Operação Lava Jato que levou a prisão do secretário de finanças do PT, João Vaccari Neto.
Na linha de tentar imputar uma ingerência do governo nas investigações, alguns jornalistas questionaram se Cardozo saberia dizer até quando irão durar as investigações sobre o caso. “Eu acho que enquanto existirem fatos a apurar, que se faça a apuração”, rebateu o ministro.
Outro ministro que comentou o assunto foi Jaques Wagner, da Defesa. Segundo ele, a prisão de Vaccari não aumenta a pressão sobre o governo da presidenta Dilma Rousseff.
“Vaccari não faz parte do governo… Não acho que coloca pressão na presidenta, e se tem alguém distante disso tudo é a presidenta Dilma Rousseff”, enfatizou Wagner. Ele completou: “Algumas coisas não colam mesmo que a oposição queira… Parte dos problemas que ela (Dilma ) tem na política é exatamente pela rigidez e dureza dela no trato das relações políticas”, salientou.
Reforma política
Jaques Wagner afirmou ainda que o momento reforça a necessidade de uma reforma política. “Se nós, como brasileiros, quisermos não nos assustar com episódios como esse, a bandeira que deveria se levantar era a da reforma política. A máquina de fazer política no Brasil está viciada”, afirmou o ministro, em defesa de mudanças no sistema de financiamento das campanhas e o fortalecimento dos partidos.
O PT convocou uma reunião de seu diretório nacional e vai se pronunciar oficialmente após a deliberação da executiva. Para o líder do partido na Câmara, Sibá Machado (AC), há motivações políticas na prisão do correligionário.
“Na minha opinião é uma prisão política. Ele não fez nenhum tipo de arrecadação fora do que determina a lei brasileira. Essa é a nossa posição. Confiamos no que foi feito. Estamos extremamente desconfiados de que há uma orientação deliberada nessas delações premiadas para prejudicar o PT. Nós vamos fazer a nossa defesa”, disse o parlamentar.
“Os partidos, com poucas exceções, receberam dinheiro das empresas que hoje estão sendo investigadas na Lava Jato. De papel passado, de recibo e aprovadas no TSE”, enfatizou.
Para o vice-líder da bancada do PT na Câmara, deputado Afonso Florence (BA), o que existe é uma “espetacularização” nas ações do juiz Sérgio Moro, que comanda a operação Lava Jato.
“Quem tem que explicar a prisão de Vaccari é o juiz que determinou sua prisão”, afirmou Florence.
Portal Vermelho
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