Os protestos contra o governo realizados na Avenida Paulista neste domingo 12 levaram menos da metade das pessoas às ruas. Segundo o Datafolha, 100 mil estiveram no ato anti-Dilma, contra 210 mil no dia 15 de março. De acordo com a Polícia Militar, 275 mil pessoas foram à manifestação, público 72,5% menor do que o do mês passado, quando a PM estimou – para muitos, infladamente – um milhão de pessoas no mesmo local.
Para Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania, o motivo para o encolhimento dos protestos está no “movimento fascistóide”, que “assustou a sociedade”. “A proliferação de suásticas nazistas, os ataques a bomba a sedes do PT, as cenas assustadoras de bonecos de Dilma e Lula ‘enforcados’, enfim, os excessos absurdos cometidos em 15/3 mostraram que a opinião desfavorável a Dilma e ao PT pela maioria pode até existir, mas repudia o extremismo”, avalia o blogueiro.
Leia abaixo seu texto:
O significado do encolhimento dos protestos – apesar do Datafolha
Por volta das 11 horas de domingo, 12 de abril, a emissora de tevê a cabo Globo News avaliava, através de seus comentaristas, que os protestos anti-Dilma perderam força pelo Brasil afora, em relação a 15 de março.
Confira, abaixo, as avaliações de público divulgadas pela Polícia Militar sobre o público de algumas cidades em 12/4 e em 15/3, segundo o canal a cabo da Globo.
São Paulo 275 mil em 12/4 contra 1 milhão em 15/3
Brasília 25 mil em 12/4 contra 50 mil em 15/3
Campinas 2 mil em 12/4 contra 15 mil em 15/3
Belo Horizonte 3 mil em 12/4 contra 25 mil em 15/3
Manaus 300 em 12/4 contra 13 mil em 15/3
Salvador 2 mil em 12/4 contra 8 mil em 15/3
Rio de Janeiro 800 (estimativa 11 hs.) em 12/4 contra 15 mil em 15/3
Na Globo News, a jornalista Cristiana Lobo atribuiu a perda de força do movimento pelo Brasil afora devido à perda do caráter de “novidade” desses protestos.
Outro fato bastante interessante é o de que, apesar de haver menos público nos protestos pelo Brasil, aumentou o público exclusivamente branco e de classe média alta.
O fenômeno se tornou mais evidente em Salvador, cidade de população esmagadoramente negra e que na manifestação deste 12 de abril era composta, quase que exclusivamente, por brancos.
A perda de força dos protestos em todo o Brasil sugere que muita gente que foi à rua no mês passado não tinha clareza exata sobre o que pretendia aquele movimento.
A redução desse movimento contraria a expectativa gerada pelo protesto anterior. O inegável sucesso daquele dia de protestos sugeria que o movimento tenderia a crescer e isso não está acontecendo.
A avaliação dos analistas da Globo News parece insuficiente para explicar a causa desse fenômeno. Sobretudo após pesquisa Datafolha publicada no sábado, que deu conta de que 63% dos eleitores aprovam o impeachment de Dilma Rousseff.
Apesar de a pesquisa ter sido publicada na véspera dos protestos com o objetivo óbvio de inflá-los, a iniciativa do Grupo Folha parece não ter produzido o efeito desejado.
O significado desse encolhimento dos protestos é o de que o movimento fascistóide assustou a sociedade.
A proliferação de suásticas nazistas, os ataques a bomba a sedes do PT, as cenas assustadoras de bonecos de Dilma e Lula “enforcados”, enfim, os excessos absurdos cometidos em 15/3 mostraram que a opinião desfavorável a Dilma e ao PT pela maioria pode até existir, mas repudia o extremismo.
Os protestos de 12 de abril produziram uma boa notícia. Ao minguarem, mostram que a sociedade brasileira não perdeu completamente a racionalidade.
Brasil 247
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