A burocracia e o descaso com a saúde terminaram com a morte de uma mulher em Catalão na quarta-feira de cinzas. Assim a mídia de forma geral tratou o caso que repercutiu em todo o país.
Ela esperou 11 horas para ser transferida da Santa Casa da cidade para a capital, pois duas das três ambulâncias do SAMU mantidas pela Secretária Municipal da Saúde com repasses do Ministério da Saúde estavam em manutenção. A terceira, inteiramente da Prefeitura, é reserva e não está habilitada para viagens de longa distância.
Quando o socorro da cidade vizinha Caldas Novas chegou, distante 120 quilômetros, Divina Costa Martins, de 84 anos, foi levada para receber o devido atendimento na capital e no hospital veio a falecer. Segundo o atestado de óbito, ela morreu por problemas cardíacos e sua família disse acreditar que se o socorro tivesse sido imediato, esse trágico fim teria sido evitado.
A coordenadora do SAMU em Catalão, Danichelle Brandão, por telefone, contou ao Blog que a instituição conta na verdade com dois veículos para atendimentos intermunicipais, sendo que a terceira é reservada apenas aos serviços locais. “As três esferas de governo (municipal, estadual e federal) arcam com as despesas de duas ambulâncias apenas, a outra é inteiramente responsabilidade do município. Por um acaso, apenas essa última estava rodando, mas por segurança, por ser um automóvel não preparado para viagens, ele não foi escalado para o atendimento da dona Divina”, contou.
Segundo Danichelle, o Ministério da Saúde repassa 50% do necessário para a manutenção da ambulâncias, e a Prefeitura de Catalão e o governo estadual 25% cada um. O total desses recursos giram em torno de R$ 54 mil reais mensais, havendo costumeiramente atrasos somente por parte do Estado, contou a entrevistada.
Danichelle observou também como precipitado e sensacionalista o modo como a imprensa tratou o ocorrido. De acordo com ela, “estão procurando um culpado que não existe. O socorro demorou sim, mas não foi informado por ninguém que sua situação era pregressa, que era um paciente que não sabemos se nem mesmo a cirurgia poderia salvá-la. O transporte não iria garantir que ela sobrevivesse e até ser transportada para a capital ela recebeu toda a assistência necessária, tanto que a entregamos com vida e em condições estáveis a um hospital em Goiânia”.
Com relação as condições dos veículos, Danichelle disse que uma reunião realizada no fim da tarde de ontem (19) visou buscar solução para todos os problemas, e que dentro de 10 a 15 dias tudo será sanado. Ela comentou que a manutenção de apenas uma ambulância deverá custar aos cofres públicos R$ 70 mil.
“Duas ambulâncias para atender toda a região é insuficiente em se tratando de situações de urgência e emergência. A gente não fala isso, mas o fato de a base operacional do SAMU ser em Caldas Novas atrapalha bastante nosso atendimento aqui”, desabafou Danichelle.
Em nota, o Ministério da Saúde informou que enviou uma ambulância de Caldas Novas para atender a Dona Divina, e que a demora foi ocasionada por outros atendimentos. O poder público garantiu que irá usar suas ambulâncias para o auxílio do SAMU a partir de agora, e Danichelle falou ainda que em junho outro veículo será entregue ao órgão pelo governo federal.
Por: Gustavo Vieira/Foto: reprodução
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