Em participação gravada no Palácio do Alvorada, a presidente Dilma Rousseff afirmou ao Programa do Ratinho, no SBT, que tem uma vantagem frente aos outros candidatos em 2014: “Olha, eu tenho uma vantagem na vida em relação a qualquer outra pessoa. Sabe qual é? Eu sou a presidente. Então antes de eu ser candidata, eu sou presidenta até o dia 31 de dezembro de 2014. E isso é uma diferença”.
Em tom descontraído, a presidente disse que, dias antes, havia sido questionada se estava fazendo campanha eleitoral ao entregar diplomas a alunos formados pelo Programa Nacional de acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). Ela negou: “não, estou exercendo a Presidência”.
Na entrevista, veiculada na noite desta segunda-feira, ela também falou do programa Mais Médico, dos casos de espionagem e de sua vida no governo. Leia alguns trechos:
Protestos
Segundo ela, a viabilização do programa Mais Médicos é uma consequência direta dos protestos populares de junho, assim como a destinação dos royalties do pré-sal para a educação. “Essa força das manifestações levou a gente a ter várias conquistas hoje. Nós fizemos aqueles cinco pactos. Dificilmente sem as manifestações de junho nós teríamos conseguido os royalties para a educação. Eu já tinha enviado ao Congresso duas vezes, e nós conseguimos (após os protestos). Nós não teríamos conseguido, de uma forma tão rápida, estruturar e agora conseguir aprovar o Mais Médicos”, citou.
“Eu vi as manifestações nas ruas, de junho, com uma visão muito positiva. Acho que fazem parte do processo de democracia e de inclusão social do Brasil. Não vi os manifestantes em nenhum momento pedindo para voltar ao passado. (…) Eu acho que elas têm um sentido positivo: num País que teve a maior transformação na última década, o que eu acho que as manifestações queriam era mais avanços”, disse.
Copa do Mundo
Segundo a presidente, o governo federal não aplicou recursos próprios nos estádios, abrindo apenas uma linha de crédito de R$ 400 milhões para o financiamento de cada um dos 12 estádios. Disse que os maiores investimentos federais foram feitos em obras de mobilidade, de segurança e de telecomunicações, que ficarão como legado do evento. “É como quando você dá uma festa na sua casa. Você arruma a casa. Depois os convidados vão embora, mas você fica com tudo aquilo”, comparou. “A Copa é um valor que nós temos. Nós temos que saber que ele é importante, para mostrar o Brasil para o mundo”, disse a presidente, lembrando de um episódio insólito na reunião dos líderes dos Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). “Na reunião dos Brics, a primeira coisa que os presidentes me perguntaram foi se eu ia convidá-los para assistir à Copa”, acrescentou.
Espionagem
Presidente negou que esteja “brava” com Barack Obama, mas explicou os motivos que a levaram a recusar o convite americano para a visita oficial. “Não é uma questão pessoal com ele (Obama). O que eu falei na ONU, eu tinha falado com ele”, afirmou.
“O Brasil queria, primeiro, desculpas pelo que tinha acontecido. E, segundo, queria um compromisso de que não se repetiria. Como ele não se sentiu em condições de fazer isso, eu disse que não tinha condições políticas de fazer uma visita de chefe de Estado aos Estados Unidos”.
2014
“Olha, eu tenho uma vantagem na vida em relação a qualquer outra pessoa. Sabe qual é? Eu sou a presidente. Então antes de eu ser candidata, eu sou presidenta até o dia 31 de dezembro de 2014. E isso é uma diferença”. “É diferente. As outras pessoas que não são presidente e que querem ser presidente elas estão no direito delas e elas fazem campanha. Eu sou a única pessoa deste país que exerço a Presidência. Então antes de querer ser reeleita, eu tenho de querer exercer a minha Presidência até o dia 31”, declarou.
Rotina
Dilma reclamou da distância entre os seus aposentos e a cozinha do Palácio da Alvorada e do fato de não ter um fogão. “Você tem que andar de patins ou de patinete, porque é longe”. “Ninguém gosta de ficar comendo todo dia comida que não seja aquela caseira”.
Dilma contou que se sente falta de andar na rua e de ir ao cinema. “Acho que um prazer que todo mundo tem é andar na rua. A gente gosta de esquina. Boteco, bar, gente andando na rua”, disse. “Mas às vezes eu fujo”. A presidente disse que ensina o neto de três anos, Gabriel, a não mexer nos objetos decorativos do palácio que são patrimônio da União: “é tudo do povo brasileiro”. Ele mora em Porto Alegre (RS) com a mãe, mas frequentemente visita a avó em Brasília.
Brasil 247
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