Fernando Gabeira fez carreira política no PV e no PT. Com o “mensalão” bandeou-se para o lado demotucano, virou ídolo e capa da revista Veja, mas perdeu todas as eleições que tentou, tanto para prefeito, como para governador do Rio de Janeiro. Acabou no PIG (Partido da Imprensa Golpista), com um programa na GloboNews.
Marta Suplicy está indo para o mesmo buraco. Fez carreira política toda no PT, onde foi prefeita de São Paulo, fazendo um bom governo, mas depois disso perdeu a eleição para a prefeitura duas vezes, em 2004 e 2008. Dentro do PT passou a perder também disputas internas e, má perdedora, não quer aceitar o resultado da maioria. Ela quer se candidatar à prefeita de São Paulo em 2016, mas o PT já tem Haddad como candidato à reeleição. Se o PT precisa renovar e revigorar práticas de participação das bases, Haddad é parte da solução, enquanto Marta, agindo com caciquismo, é parte do problema.
Se ela simplesmente decidisse procurar outro partido e ir à luta, fazendo críticas honestas, tudo bem, direito de escolha dela. O problema é que, como Gabeira, ela resolveu ir para a oposição demotucana, e cospe no prato que comeu, atirando para todos os lados, contra Dilma, contra Lula, contra companheiros de partido, por esperteza, para ganhar generosos espaços no PIG. Quando a Veja dará capa elogiosa à Marta, como fez com Gabeira?
O problema não é fazer críticas, é fazer o jogo de quem luta contra a melhoria de vida dos trabalhadores e dos mais pobres. É fazer pacto de poder com a Globo, com a Veja, como fez Gabeira, ou com o Itaú, como fez Marina Silva, traindo as lutas do passado. Tudo por ambição pessoal de poder.
A má notícia para Marta é que, como dizia Brizola, a política ama a traição mas abomina os traidores. Os votos dos eleitores demotucanos de São Paulo ela não ganha. Os votos petistas ela não leva indo para outro partido. Para piorar, ela adere ao PIG quando ele está decadente. Talvez, pelo menos, garanta um lugar ao lado de Gabeira na GloboNews. Isso enquanto a internet não engolir de vez a tv.