Na terça-feira (2), durante sessão no Congresso Nacional que debatia a nova meta para o superávit primário, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) foi ofendida por manifestantes da oposição com insultos machistas. Enquanto discursava, a parlamentar foi chamada de ‘vagabunda’ por pessoas que protestavam nas galerias do plenário.
A denúncia foi feita pela deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e levou o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), a suspender a sessão, que foi retomada hoje sem a participação dos manifestantes. A decisão de encerrar as atividades ontem gerou um tumulto, que terminou em empurra-empurra e troca de acusações entre parlamentares.
Calheiros afirmou que a atitude desrespeitosa com a senadora foi resultado da ação de um grupo pago para atrapalhar a votação do projeto. “Essa obstrução é única em 190 anos do parlamento, 26 pessoas presumivelmente assalariadas obstruindo os trabalhos do Congresso Nacional”, declarou, completando que, dessa forma, não havia como prosseguir com as atividades.
Em entrevista à Fórum, Vanessa Grazziotin comentou o episódio, que classificou como “lamentável”. “Não me deixaram falar, gritavam, vaiavam e eu não sabia exatamente o quê. Foi somente após ter saído da tribuna que eu vi que eles estavam usando palavras de baixo calão, o que é lamentável”, explicou.
A senadora também acredita que os agressores eram representantes partidários que foram ao local com o único objetivo de tumultuar a sessão do Congresso. Ela criticou a iniciativa, que considera prejudicial aos princípios democráticos do país. “Isso não atinge apenas uma senadora, uma mulher, uma parlamentar, mas atinge o próprio processo democrático, infelizmente. A gente não pode compactuar com esse tipo de coisa porque a luta tem que se dar nas ideias. Nós temos que ter um espaço para falar e temos que dar condições para que os outros falem”, destacou.
Grazziotin defendeu a revisão da meta do superávit e disse que a medida já foi feita durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Segundo ela, o projeto de lei que altera a Lei de Diretrizes Orçamentárias seria uma maneira de evitar o crescimento do desemprego no Brasil e a paralisação de programas sociais importantes para a população.
Brasil 247
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