Por Théa Rodrigues, da Redação do Portal Vermelho
Apesar do apoio maciço dos países membros do organismo, novamente a resposta do governo norte-americano é negativa no sentido de acabar com a política de sanções ao país caribenho. A votação repete o resultado do ano anterior, ou seja, 188 países manifestaram-se a favor. Apenas os Estados Unidos e Israel votaram pela manutenção das medidas hostis e três países se abstiveram.
Rodríguez denunciou que os danos humanos resultantes do bloqueio imposto pelos Estados Unidos crescem a cada ano e é impossível calcular seu impacto. Ele reportou aos 193 representantes da ONU que “77% dos cubanos nasceram sob estas circunstâncias”.
“Nenhuma pessoa honesta, no mundo ou no Estados Unidos, poderia apoiar as devastadoras consequências de uma política proibida por muitas convenções internacionais, incluindo a de Genebra de 1948”, assinalou.
O bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto a Cuba pelos Estados Unidos se iniciou em 7 de fevereiro de 1962. Foi convertido em lei em 1992 e em 1995. Em 1999, o presidente Bill Clinton ampliou este bloqueio comercial proibindo as filiais estrangeiras de companhias estadunidenses de comercializar com Cuba.
“Cuba nunca renunciará à sua soberania, nem ao caminho livremente escolhido pelo seu povo para construir um socialismo mais justo e eficiente. Tampouco desistirá da busca por uma ordem internacional distinto, nem deixará de lutar pelo equilíbrio do mundo”, disse o chanceler cubano.
Isolamento de Cuba ou dos EUA?
“Seria sensato que o líder estadunidense reflita seriamente sobre Cuba, onde uma reviravolta política poderá representar um grande triunfo para seu governo”, diz um trecho do texto.
Não há nenhum indício do governo norte-americano neste sentido. Por sua vez, a movimentação de Cuba é antagônica a este posicionamento. “Convidamos o governo dos Estados Unidos a uma relação mutuamente respeitosa sobre bases recíprocas, fundamentada na igualdade soberana, nos princípios do direito internacional e na Carta das Nações Unidas”, disse o chanceler cubano perante a ONU, nesta terça-feira.
De acordo com o diplomata, a decisão de eliminar o cerco seria bem-vinda em escala mundial e resultaria em uma influência unitária a favor da paz e da solução pacífica dos conflitos e diferenças entre os dois países.
Cada vez mais, o governo norte-americano se isola em sua política imperialista, criticada até mesmo por aqueles que são contrários ao regime socialista cubano.
Celac, G77 e Países Não Alinhados apoiam o fim do bloqueio
O porta-voz da Costa Rica na ONU afirmou que as medidas unilaterais dos Estados Unidos no bloqueio imposto a Cuba afetam as negociações de empresas com o país caribenho. Nesta terça-feira (28), Juan Carlos Mendoza pediu, em nome da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), que a soberania e a autodeterminação dos cubanos sejam respeitadas sem pretextos.
“A Celac deseja ratificar seu apoio à 23ª resolução sobre o fim do bloqueio”, afirmou o costarriquenho, que ressaltou a importância da suspensão desta política ao lembrar que a mesma gerou perdas inestimáveis ao povo cubano.
Em nome da Bolívia e do G77+China, o embaixador Sacha Llorenti também pediu o fim do bloqueio a Cuba e assegurou que tal medida é uma “ameaça para a humanidade”. Segundo o boliviano, “as vidas humanas são ameaçadas, uma vez que a saúde pública é assolada pelo bloqueio, da mesma forma que a educação, a cultura, os esportes, as finanças, o comércio exterior e os investimentos estrangeiros”.
Llorenti reiterou que esta realidade que os Estados Unidos se negam a mudar é uma “aberta violação aos princípios consagrados na Carta das Nações Unidas e do direito internacional”.
Da mesma maneira, o Movimento dos Países Não Alinhados (MNA) reiterou sua condenação ao bloqueio durante a sessão da Assembleia Geral da ONU, com sede em Nova York.
“Ratificamos nosso chamado para que o governo norte-americano ponha fim a sua política de isolamento a Cuba, que nega o direito internacional, a Carta da ONU e as normas de convivência”, afirmou Mohamed Javad Sharif, representante do Irã e delgado do MNA.
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