Na última sexta-feira (24/10) teve fim, pelos menos por enquanto, o manifesto de vários ribeirinhos ligados ao Movimento Camponês Popular de Catalão (MCP), que dependem das águas do Ribeirão Samambaia para o seu sustento. A ação aconteceu na porta da Prefeitura Municipal e durou uma semana.
O protesto de cerca de 30 famílias começou no dia 18 em frente a uma emissora de rádio local, onde o prefeito municipal, Jardel Sebba (PSDB), apresenta um programa semanal.
A reivindicação dos ruralistas diz respeito aos problemas decorrentes da escassez de água no município, e das imposições do poder público e da Justiça sobre o camponeses.
Por telefone, o líder do grupo em Catalão, Wender Antônio Ferreira, disse que demorou muito para que Jardel atendesse a categoria e que a reunião com o prefeito deve dar rumos satisfatórios à todos. “Conversamos com ele e colocamos algumas coisas como o compromisso de indenizar os ribeirinhos, já que eles (poder público e Justiça) foram nas propriedades arrombar nossas represas e lacrar as bombas de captação de água, fazendo com que perdêssemos nossa produção; além de estudo técnico para a captação de água em outro lugar e a construção de represas para armazenar água, entre outras coisas”, explicou.
Durante o tempo em que protestaram, o produtores usaram faixas, cartazes e entrevistas com a imprensa para chamar a atenção de Jardel, e chegaram até a jogar alimentos estragados na calçada da sede do governo municipal para mostrar o quanto estavam descontentes com a realidade.
Esse comportamento resultou na demora dos ribeirinhos serem atendidos pelo prefeito, como ele mesmo disse em entrevista para outra emissora de rádio. “Isso não se faz. Eles invadiram a Prefeitura, impediram a entrada e saída das pessoas, sujaram a porta do prédio com alimentos estragados e por isso não conversei com eles antes. Não é assim que se resolve as coisas”, observou.
Wender não concordou que o grupo tenha invadido ou impossibilitado o transitar na Prefeitura, “simplesmente fizemos um protesto e isso é nosso direito realizar”, acrescentou.
Ainda de acordo com Wender, o reembolso aos produtores deve passar de R$ 1 milhão e segundo ele, se as negociações não forem cumpridas, os manifestos serão retomados.
Por: Gustavo Vieira
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