As sessões da Câmara Municipal de Catalão, na grande maioria, demonstram a comprovação do descrédito que os vereadores conquistaram perante a população local. Realizada ordinariamente todas as terças-feiras, poucas são as pessoas que comparecem no auditório, contando ainda os profissionais de imprensa que, como de praxe, realizam a cobertura jornalista de cada evento.
A realidade muda quando algum projeto de extrema relevância, para não dizer polêmico, é colocado em apreciação. Pontualmente, a Câmara ficou abarrotada de pessoas em poucos episódios dos dois últimos anos para cá, valendo ser destacado os momentos em que os balancetes dos oitos anos de governo do ex-prefeito Adib Elias (PMDB) foram analisados, tendo apenas a conta do ano de 2007 sido reprovada, o que se deu em 2013; no empossamento do presidente da Câmara, Deusmar Barbosa (PMDB), a prefeito da cidade após a cassação do mandato e o afastamento relampado do prefeito Jardel Sebba (PSDB), o que também se deu no ano passado; e quando nas sessões em que se aprovou os dois empréstimos milionários do governo de Jardel, valendo destacar também que em um deles foi aprovado o aumento do IPTU.
Em tom desabafo após mais uma reunião que aconteceu na tarde de 21 de outubro e com muitos espectadores, encontro esse que discutiu, mais uma vez, o balancete de 2007 de Adib, Deusmar disse reconhecer que a Câmara não tem mais o respeito e a boa fé dos catalanos, e culpou a influência do Executivo na Casa e os constantes atritos políticos discutidos no plenário. “Isso [tudo] tá sacaneando com os vereadores, judiando dessa Câmara. Essa Câmara, se fizer uma pesquisa popular, ela tem mais de 80% de reprovação. Ele (Jardel Sebba) está acabando com a Câmara, ele quer mandar aqui dentro”, disse.
Especificamente sobre o balancete de 2007 do ex-prefeito, que foi aprovado naquela sessão, Deusmar criticou a postura de Jardel “que tentar a todo custo”, como observou o presidente, “tornar Adib inelegível para governar sem problemas. O Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) aprovou a administração do ex-prefeito, então os vereadores têm que seguir o mesmo raciocínio. Se vem reprovada, o que não aconteceu, deve-se reprovar também”, explicou.
Porém, a ausência de público nos encontros do Legislativo não é mais novidade na cidade de Catalão. Há meses que os vereadores fazem reunião ordinária com pauta praticamente sem conteúdo, discursando apenas para os repórteres que comparecem por obrigação do ofício, e para os pouquíssimos interessados nas atividades dos edis. Nem os assessores dos vereadores, muitas vezes, se prestam mais ao papel de ser expectador de tais reuniões.
Por: Gustavo Vieira/Foto: reprodução