A John Deere Brasil anunciou no início desta semana a demissão de 150 funcionários do quadro pessoal da fábrica de colhedoras em Catalão, o que deve acontecer ainda esta semana segundo o Sindicato dos Metalúrgicos da cidade (SIMECAT). A justificativa da empresa para o sindicato foi a de que seus lucros caíram drasticamente e por isso a necessidade das dispensas.
O presidente do SIMECAT, Carlos Albino, em coletiva de imprensa na manhã de hoje (16/10), disse que é categoricamente contra as demissões, embora saiba que a alegação da empresa para tal ato tenha fundamento. “Ela disse que sua vendas caíram e que até a estiagem tem contribuído para isso, o que não podemos aceitar porque uma fábrica desse porte, que atua em cerca de cem países é e a maior do mundo no ramo, tem muita gordura para queimar até ver a reação do mercado. Entendemos a parte dela, mas tem que ser visto o lado do trabalhador, o social, a condição pai de família. Estamos negociando o possível, mas ela se coloca irredutível e vamos lutar até o fim”, disse.
Albino foi questionado pela reportagem se o layoff – que é quando o trabalhador tem seu contrato de trabalho suspenso, passando a receber o seguro-desemprego do governo, mais a complementação do salário por parte da empresa – poderia ser empregado agora. “Já utilizamos desse mecanismo anteriormente e isso também não querem fazer. Foi a primeira coisa que propus, mas sem sucesso. Eles só querem negociar mesmo na segunda remeça de demissões, onde mais cem trabalhadores podem ser mandados embora”, acrescentou. Em protesto contra as demissões, todos os funcionários da montadora paralisaram suas atividades apenas nesta manhã com o apoio do sindicato.
A reportagem do Blog do Mamede foi procurada pela assessoria de comunicação da John Deere, que, em comunicado, explanou sua posição sobre a questão. Segundo o documento, a fabricante de maquinários agrícolas teve queda de 15% nas vendas da indústria agrícolas na América do Sul esse ano, quando comparados aos índices de 2013.
A nota sustenta que “diante deste cenário, a John Deere Brasil anunciou aos funcionários um Plano de Demissão Voluntária na fábrica de colhedoras de cana em Catalão (GO) para adequação à volatilidade do mercado brasileiro”, e que “caso não seja atingida a quantidade necessária de adeptos, a empresa deverá fazer ajustes no quadro pessoal da fábrica”. Albino disse que doze pessoas aderiram ao plano até agora.
Continuidade da nota
Com mais de 30 anos de história no Brasil, a companhia reitera que sempre teve como prática conduzir seus processos de forma ética e transparente, principalmente no que se refere à negociação de alternativas trabalhistas com os próprios funcionários, sindicatos e entidades de classe.
A John Deere ressalta ainda que manterá sua política de investimentos em Goiás para que a sua unidade localizada no Estado continue atingindo seus excelentes níveis de produtividade, oferecendo as mais modernas tecnologias agrícolas aos produtores, por meio de uma sólida rede de concessionários, e siga contribuindo para o desenvolvimento de Goiás.
Por: Gustavo Vieira