No dia 23 de setembro aconteceu mais uma sessão ordinária na Câmara Municipal de Catalão, a 33º do ano. Depois de alguns encontros mornos e até com muito pouco rendimento por partes dos vereadores, o clima esquentou dando lugar ao tumulto e a desordem e a reunião mais se pareceu com outras sessões muito recentes, mas que não mereceram e ou merecem qualquer prestígio.
Isso foi possível graças ao Projeto de Lei nº 087/14 de autoria do prefeito Jardel Sebba (PSDB), o qual autoriza o próprio governo do município a contratar financiamento do Programa de Modernização da Administração Tributária (PMAT) e da gestão dos setores básicos. Até R$ 20 milhões de reais podem ser contratados pelo programa e Aparecida de Goiânia, no Estado de Goiás, administrada pelo PMDBista Maguito Vilela é uma das poucas cidades no país a adquirir o empréstimo.
Tendo sido encerrada mais cedo pelo presidente da Casa, Deusmar Barbosa (PMDB), justamente pela baderna começada pelos espectadores que lotaram o plenário, chama a atenção três vereadores da base do prefeito terem se mostrado contrários a proposta. Regina Félix (PSDB), Paulinho (PMN) e Daniel do Floresta (sem partido) disseram não apoiar o texto com a alegação de que o mesmo não mostra consistência e precisão para a aplicação de tanto dinheiro.
A posição dos edis não agradou nenhum pouco o prefeito e em entrevista a um site local de notícias ligado ao seu governo (agazeta24horas.com.br), Jardel havia dito que “eles vão ter que se explicar. Toda ação tem uma reação”. Em outro momento ele observou que em “quase dois anos de mandato, nunca constrangeu nenhum dos vereadores de sua base” e que o que pretende fazer “não é financiamento, mas uma adesão a um programa”. Ainda é cedo para entender o que exatamente Jardel quis dizer, mas prevendo possível represália a vereadora Regina Félix apelidada pelos colegas de parlamento de Regina Flex, antes de colocar sua posição diante do projeto, disse que “o vereador não pode ter medo da bancada simplesmente por falar o que pensa ou por agir de acordo com o que acha melhor, mesmo que isso não vá de encontro ao grupo”. Não é de hoje que a vereadora usa os microfones da Câmara para reclamar que sofre exclusão e perseguição por parte de seus “aliados” na Casa.
Daniel do Floresta usou a tribuna para explicar o motivo de ter se colocado contra o PL e observou que tendo recentemente o município financiado R$ 36 milhões para investir no fornecimento de água em Catalão, que mais R$ 20 milhões poderia ser oneroso demais para os cofres públicos. Já Paulinho disse não ter aprovado o projeto por ter seguido recomendação dos superiores de seus partido, o PMN, “que não viram com bons olhos a proposição do Executivo municipal”, contou. O texto deve novamente ser apreciado na próxima sessão.
Por: Gustavo Vieira