O maior hospital da região Sudeste do Estado, a Santa Casa de Misericórdia de Catalão, responsável por atender os catalanos e demais municípios satélites, fechou no dia 14 de agosto a sua Unidade de Urgência e Emergência permanecendo assim durante todo o dia. O hospital de cunho filantrópico é mantido pela Prefeitura e tem convênio com outras cidades também.
O motivo de a unidade ter fechado as portas se deu por falta de um repasse em dinheiro aos médicos e funcionários da instituição, por parte da Secretaria Municipal da Saúde. Naquele período um funcionário que pediu para não ser identificado disse que há cerca de quatro meses a repartição não repassa verbas para essa finalidade. Já a direção do mesmo alegou que os atendimentos não foram cessados, mas foram restritos àqueles que buscaram os serviços na entidade por contra própria, tendo sido priorizado para os casos de maior complexidade encaminhados pelo SAMU, Corpo de Bombeiros e demais ambulâncias.
Agora, para não bastar essa situação que nada mais é que a conotação de uma crise que a unidade vem passando há meses, a Secretaria Municipal da Saúde emitiu ofício (083/2014) no dia 09/9 assinado pelo secretário Adenilson Lima, que foi enviado à provedora da instituição, Dr.ª Elaine Rosa Teixeira, para informá-la da suspensão dos serviços de ginecologia e obstetrícia, bem como dos trabalhos dos plantonistas do hospital nestas especialidade pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Isso acontecerá em definitivo trinta dias após a data da recomendação.
Em contrapartida à nota da Secretaria, a direção da Santa Casa emitiu esclarecimento diante da situação e informou em três tópicos sua posição diante do detrimento. Ele explica que o documento do governo municipal foi levado ao Ministério Público local para averiguação na tentativa de revertê-lo, e que se for concretizado o interesse do poder público através Pasta, “a Santa Casa irá comunicar os Secretários da Saúde da região e todos os usuários do fato em questão, e encerrará integralmente os atendimentos para pacientes do SUS nas áreas citadas”.
O hospital faz saber com muito pesar, segundo o documento, que esses serviços eram prestados por cerca de 40 anos ininterruptos na unidade, e que “a Santa Casa não apresenta condições financeira para viabilizar o pagamento de 11 profissionais no valor de R$ 72.902,12/mês, referente ao plantão de ginecologia e obstetrícia”. Esses serviços e outros serão mantidos apenas para os conveniados e o Hospital Materno Infantil, no bairro Nossa Senhora de Fátima, é que passará a atender a população pelo sistema público nas referidas áreas.
Até o fechamento desta reportagem não foi possível contato com Adenilson para maiores esclarecimentos. Diante disso, o Blog do Mamede, no uso exemplar da democracia, disponibiliza ao secretário espaço assim que por ele solicitado. O BM também não obteve sucesso ao procurar a Dr.ª Elaine Rosa Teixeira, mas também está garantido a ela oportunidade para melhor aclarar os fatos neste veículo de comunicação.
O Ministério Público rapidamente se pronunciou sobre o assunto e disse que na próxima segunda-feira, 15/9, mediará uma reunião entre as parte para que a melhor solução possa ser encontrada o quanto antes.
Por: Gustavo Vieira