Enraizado na zona de rebaixamento da série C do Brasileirão e com dívidas que juntas somam cerca de R$ 3 milhões, o Clube Recreativo Atlético Catalano (CRAC) deixou a competição nesta terça-feira, dia 12. A notícia foi confirmada pelo presidente Helson Barbosa, o Caçula, e pelo técnico Moisés Egert no fim da tarde daquele dia.
O Leão do Sul, o time mais antigo de Goiás e o único do interior com mais títulos estaduais, dois ao todo, dá adeus a competição tendo disputado mais da metade do aberto. Sua condição pode piorar ainda mais porque a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), certamente, irá puni-lo com dois anos de suspensão de qualquer disputa profissional ligada à entidade, além de possível pagamento de multa.
“Desistimos porque não temos recursos para isso. Falta o apoio que recebíamos antes da Prefeitura e que não recebemos mais. Os jogadores estão com os salários atrasados há dois meses e não quiseram esperar até a próxima terça-feira para dar um prazo ao clube. Então, vou informara à CBF amanhã (quarta-feira) que infelizmente estamos fora da competição”, afirmou o presidente ao site Futebol do Interior. A reportagem do Blog do Mamede ligou várias vezes para o telefone pessoal de Caçula, mas as chamadas foram destinadas a caixa de mensagens.
No site oficial do CRAC (CRACnet) Caçula desabafa ainda mais com as seguintes palavras: “sempre fiz de tudo para levar o time adiante (…), montamos um time competitivo com folha salarial baixa, e esperávamos contar com a ajuda financeira da prefeitura, como ocorre a cerca de 12 anos. Infelizmente a ajuda este ano não veio e já faz quatro meses que estamos aguardando. Eu já não tenho mais estrutura financeira e psicológica para levar isto adiante (…). Nós da diretoria entendemos que é melhor a gente parar agora do que ficar só contraído dividas para o clube. O ideal e competir e honrar os compromissos, mas do jeito que está a situação financeira só se agrava”.
O motivo pelo qual levou o CRAC a essa condição nunca vista em toda a sua história, sua crise financeira, é o ponto em que deve-se dar mais atenção. Comparando os investimentos destinados ao clube por parte Prefeitura, seu maior mantenedor; em 2013, por exemplo, o Leão recebeu R$ 1,550 milhão e neste ano apenas R$ 480 mil.
O ex-prefeito de Catalão, Velomar Rios, por telefone, disse que em seu último ano de governo (2012) havia aplicado no clube perto de R$ 1,9 milhão, contanto os investimentos no Estádio Genervino da Fonseca, como obras de acessibilidade, manutenção, limpeza, adequação e ampliação que, segundo ele, eram feitas regularmente. “Entregamos o CRAC sem nenhuma dívida e com todas as certidões negativas sem pendências. Estão dizendo que a culpa desse fracasso é da administração anterior, esclareço que deve ser dito que isso é fruto da má gestão da presidência passada do clube”, completou.
Velomar disse ainda lamentar a realidade do Leão do Sul, “que sempre foi tema de palanque eleitoral (…), e agora dizer que não banca time de futebol”, falou se referindo ao atual governo municipal, “contrária o que foi dito durante sua campanha eleitoral. É lamentável”, conclui. Naquele ano, o time calano foi vice-campeão da série D do Campeonato Brasileiro merecendo acesso à série C, além de ter terminado o Campeonato Goiano em terceiro lugar.
A fase crítica em que se encontra o Leão foi iniciada no início de 2013 quando o empresário José Silvano, popular Silvano do Idesc, era presidente do CRAC. Sua equipe era composta por integrantes de renome político, como o de Rodrigo Alves A. Carvelo, o Rodrigão, ex-presidente de honra e atual vice-prefeito; e Gustavo Sebba, ex-vice-presidente administrativo do clube e filho do atual prefeito de Catalão, Jardel Sebba. Gustavo é candidato a deputado estadual nessas eleições.
A reportagem do Blog do Mamede tentou também falar com Silvano, mas todas as tentativas foram frustradas até o fechamento desta matéria. O prefeito Jardel, até o momento, apenas se pronunciou por meio de nota dizendo estar profundamente chateado e que não tem poupado esforços para ajudar o time.
Por: Gustavo Vieira/Foto: reprodução
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