Por Dayane Santos, da redação do Vermelho
A revista Veja desta semana publicou matéria de capa sob o título “A Grande Farsa”, em que aponta uma suposta fraude da CPI da Petrobras. Para sustentar tal manchete a revista diz ter tido acesso a gravações que comprovariam que depoentes da CPI foram informados de antemão por funcionários do Senado e do governo sobre as perguntas a serem feitas pelos senadores durante a sessão.
Nos fragmentos de áudio ouve-se o chefe do escritório da Petrobras, em Brasília, José Eduardo Barrocas, o advogado da empresa, Bruno Ferreira e uma terceira pessoa não identificada informando de sobre tais perguntas, mas não citando que perguntas seriam. Para respaldar o grande furo de reportagem, a revista aponta que nas gravações o advogado de Nestor Ceveró admite que seu cliente participou de um “media training”.
Em nota, a Petrobras informa que tomou conhecimento das perguntas por meio do site do Senado Federal, nos dias 14 de maio e 2 de junho, em que foram publicados os planos de trabalho das comissões. E que além das perguntas centrais, constam também os nomes de possíveis convocados, e a relação dos documentos que servem de base para as investigações.
Com base nisso, o departamento jurídico da Petrobras preparou seus executivos. Essa conduta é adotada por qualquer grande empresa ou por advogados no Brasil e no mundo para orientar seus executivos ou clientes com simulações de perguntas e respostas para esclarecer fatos.
Portanto, o que há de errado nisso? Nada, a não ser o fato de que a matéria da Veja não tem conteúdo, apenas ilações de uma suposta ‘declaração comprometedora’ e ‘vazamento de informações secretas’ em que tenta transformar em escândalo. O Jornal Nacional embarcou na pauta, não por inocência, e esticou o assunto por mais de cinco minutos.
A oposição também aproveitou o embalo e apresentou no Congresso Nacional ações contra oito lideranças petistas e tenta, a todo custo, colocar as ilações da Veja na conta da presidenta Dilma. Em artigo na Folha intitulado “O banal faz escândalo”, o jornalista Janio de Freitas destaca a histeria oposicionista: “As lideranças do PSDB e do DEM ficam à espera do que a imprensa publique, para então quatro ou cinco oposicionistas palavrosos saírem com suas declarações de sempre e com os processos judiciais imaginados pelo deputado-promotor Carlos Sampaio. Não pesquisam nada, não estudam nada, apenas ciscam pedaços de publicações para fazer escândalo”.
Cortina de fumaça
Essa cortina de fumaça em meio a campanha eleitoral tem o objetivo de esconder um verdadeiro escândalo cheio de conteúdo e confissões chamado de Aécioporto. Trata-se de R$ 14 milhões do erário público gastos para construir o aeroporto de Cláudio nas terras do tio de Aécio Neves, quando ele era governador de Minas Gerais.
No início, o candidato tucano se recusou a responder os jornalistas sobre tal assunto, chegando até a se irritar. Sem saída diante dos fatos que vieram à tona, Aécio admitiu que usou o aeroporto, mesmo sem autorização da Agência Nacional de Aviação Civil para funcionar.
Das “declarações comprometedoras” da Veja não sobra nada. Mas do Aécioporto muitas perguntas não tiveram respostas e fatos ainda devem ser esclarecidos.
Portal Vermelho
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