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Dilma: Nós fazemos parte de um projeto que transformou o Brasil

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Em entrevista concedida à rede Al Jazeera por ocasião do fechamento da Copa do Mundo, a presidenta Dilma Rousseff disse acreditar que merece ser reeleita em nome da continuidade de um processo de transformação do Brasil. A entrevista foi transmitida na manhã desta segunda-feira (14), primeiro dia após o término da Copa, e está disponível no site da Al Jazeera.

 

 Dilma em entrevista.

“Eu acredito que o povo brasileiro deve me dar a oportunidade de um novo período de governo pelo fato de que nós fazemos parte de um projeto que transformou o Brasil”, afirmou Dilma. “O Brasil tinha 54% da sua população entre pobres e miseráveis em 2002. Hoje, (…) todos aqueles que vivem na classe C para cima representam esses 75%. Três em cada quatro brasileiros. Nós transformamos a vida dessas pessoas”.

Questionada sobre o legado da Copa para o país, Dilma defendeu que o montante investido na preparação para o evento da Fifa é irrisório perante os gastos totais do governo nas áreas mais reivindicadas por críticos da realização da Copa. “Superamos uma campanha negativa contra a Copa do Mundo no Brasil”, disse a presidenta.

“No que se refere à infraestrutura, US$ 4 bilhões não é o que faz a diferença em relação à educação e à saúde no mesmo período em que os estádios começaram – os estádios começaram em 2010. Se você considerar de 2010 até 2013, o Brasil, em educação e saúde, gastou mais de US$ 850 bilhões. Os quatro bilhões (de dólares) gastos para fazer os estádios é algo muito pouco significativo no que se refere ao gasto geral”.

A presidenta argumentou que muitas das obras em curso ou mesmo atrasadas pouco ou nada têm a ver com a Copa, pois são obras para a população brasileira. “Os nove metrôs que estamos fazendo nas cidades brasileiras não estão vinculados à Copa. A Copa não precisa dessa quantidade de obras. Nós precisamos de uma estrutura de exportação para o Brasil. Então o desafio do Brasil – o menor deles é a Copa”.

A candidata também alfinetou os adversários. “Vai ser travada uma disputa democrática entre caminhos. Quem quando pôde fez, sabe continuar fazendo. Quem quando pôde não fez, não sabe fazer”, disse. De acordo com a presidente, uma prova dos avanços sociais no País é o sucesso da Copa do Mundo. Neste momento, ela alfinetou, sem citar nomes, o ex-jogador Ronaldo, que fazia parte do comitê organizador da Copa.

“Tanto é assim que como você explica o sucesso da Copa do Mundo? Antes de uma semana, você lê jornal, você sabe o que se dizia a respeito da infraestrutura da Copa. Você sabe que tinha gente que dizia que estava envergonhado do país porque não teria condição de receber [o evento]”, declarou. Pouco antes do início do evento, Ronaldo disse que se sentia “envergonhado” com os atrasos das obras da Copa. Depois do início do evento, acabou mudando o discurso.

Economia

Confrontada com o que críticos consideram um parco crescimento econômico, Dilma postulou que o Estado brasileiro necessita ser modernizado. A presidenta, no entanto, argumentou que o país passa por um momento especial de desenvolvimento que deve dar espaço a um novo momento em breve.

“O Brasil é um país que tem demorado muito para modernizar seu Estado. Nós precisamos de um país sem burocracia, um Estado muito mais amigável tanto para os cidadãos quando para os empresários, os empreendedores, e para os trabalhadores. (…) Nós estamos preparando o Brasil para um momento. (…) Nós estamos em uma fase de baixa do ciclo econômico, mas sabemos que vamos entrar em uma outra fase do ciclo econômico, e temos de nos preparar de forma a melhorar a competitividade do nosso país”.

Questionada sobre sua linha de política externa, Dilma defendeu manter a filosofia clássica do Itamaraty de não intervencionismo e fomento do diálogo igualitário entre as nações e os povos. “Nós fomos colônia, nós vivemos sob o Fundo Monetário Internacional. Então nós repudiamos essa relação de superior para inferior. Não é isso o que o Brasil pretende nas sua relações regionais, nas suas relações com os países africanos, nas suas relações dentro dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Nós queremos relações de igualdade“.

Fonte: Jornal do Brasil e Brasil 247

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